O espaço de desenvolvimento e crescimento de Akhetaton foi
delimitado por estelas, cravadas nos rochedos, hoje conhecidas como estelas
fronteiriças. O perímetro que delimitavam era sagrado, pertencia a Aton e aos
seus fiéis seguidores. O próprio Akhenaton havia jurado nunca o ultrapassar.
Mas Akhenaton morreu e, como sabemos, a sua amada Akhetaton depressa foi
abandonada e esquecida.
Em 1714, Claude Sicard, um jesuíta francês, encontra uma das
estelas fronteiriças e Akhetaton pode iniciar o seu regresso à luz do sol, com
todos os avanços e recuos que se mantêm até hoje, nas escavações e
investigações.
O que nos move hoje, ao escrever este post, é tão somente a
curiosidade que estas estelas nos despertaram e, assim sendo, é sobre elas que nos
debruçaremos com um conhecimento que desejamos aprofundar, ainda que tenha sido
muito difícil encontrar informação sobre o tema (a este propósito destacamos o
site Amarna Project - http://www.amarnaproject.com/
- onde é possível aceder a informação de interesse).
As estelas descobertas (classificadas de A a X) são genericamente
compostas por texto horizontal (hieróglifos) e rematadas, no topo, em forma semicircular.
Ilustram a família real em rituais votivos ao deus Aton. Algumas são ladeadas
por esculturas de Akhenaton e Nefertiti, talhadas na própria rocha.
As estelas contem proclamações de Akhenaton, feitas nos anos
quinto, sexto e oitavo do seu reinado, destinadas a esclarecer os propósitos da
fundação e limites da cidade.
Infelizmente a erosão danificou muito do seu conteúdo e
beleza mas é ainda possível apreciar um pouco da sua imponência, nas chamadas
estelas A e na N.
Estela A |
Estela N |
Na verdade, as estelas fronteiriças são mais um dos tesouros
de Amarna, talvez não tenham a beleza do famoso busto de Nefertiti, mas têm
seguramente, para os apaixonados pelo Egipto Antigo, o encanto e a força anímica
de um empreendimento colossal imaginado e concretizado por um Faraó com a coragem
de ser diferente e, quem sabe, pioneiro no seu género.
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