Ontem assisti, por mera casualidade, a um
documentário com a chancela da National Geographic, dedicado à descoberta do
túmulo do Faraó Psusennes I. Tal como se referia no documentário, esta
descoberta, que teve lugar em Tânis em fevereiro de 1940, não teve nem o
impacto nem a divulgação que merecia, já que estávamos no início da segunda
guerra mundial e esse era, obviamente, o assunto do momento. Assim sendo resolvi dedicar
hoje umas linhas ao assunto.
Quem foi Psusennes I?
Psusennes é a forma grega do nome egípcio
Pasebakhaenniut “A estrela brilha em Tebas” (segundo Nicolas Grimal, Histoire
de l’Égypte ancienne, Paris, 1988).
Embora a informação ainda seja escassa,
julga-se que Psusennes I terá governado entre 1039 e 991 a.c, sendo o terceiro
faraó da XXI dinastia. A sua governação insere-se no conturbado Terceiro
Período Intermédio mas destaca-se, desde já, pela sua pouco usual duração de aproximadamente
48 anos – Psusennes terá morrido com cerca de 80 anos.
A Psusennes parece dever-se a construção de
grande parte do templo de Amon, em Tânis (Baixo-Egipto), ainda que para tal,
segundo parece, tenha mandado retirar blocos, esculturas e obeliscos da cidade
vizinha Pi-Ramsés – seria esta a justificação para a presença do nome de Ramsés
II em vários edifícios de Tânis.
Para além de Faraó, Psusennes I, exibiu o
título de Sumo Sacerdote de Amon, num gesto de afirmação do seu poder religioso
face a um poder cada vez mais evidente dos sacerdotes de Tebas.
O seu túmulo foi construído dentro do recinto
do templo de Amon, em Tânis.
A
descoberta do túmulo de Psusennes I
O
túmulo foi descoberto intacto pelo egiptólogo francês Pierre Montet.
No
seu interior, um pequeno tesouro, foi encontrado, um sarcófago em prata, uma
máscara funerária, pulseiras e vários chabtis (pequenas estátuas funerárias).
O
mesmo arqueólogo escavou, em Tânis, um conjunto de mais cinco túmulos da XXI e
XXII dinastias, que nos dão bons exemplos do que foi o trabalho num período que
deixou, até ao momento, poucos testemunhos. Foram, assim, encontrados os
túmulos de Psusennes I, Amenemope, Osorkon III e Shoshenk III, permanecendo
dois deles ainda como anónimos. Provavelmente
em virtude das condições de instabilidade do país, estão todos situados dentro do muro de
vedação interior (canto sudoeste) do grande templo de Amon.
Os
túmulos são subterrâneos, sendo a entrada feita por um poço, em muitos casos distribuem-se
por várias salas, construídas com calcário, granito ou tijolos. As paredes revestem-se
de relevos e inscrições.
Fontes:
Dicionário do Antigo Egipto, direção de Luís Manuel Araújo, Editorial Caminho
Imagens retiradas de:
Entrada do tumulo - http://www.ancientdigger.com/2009/08/pierre-montets-discovery-of-tombs-at.html
Pierre Montet e o sarcofago de Psusennes I - http://www.fotolabblog.es/2011/09/exposicion-fotografica-del-arqueologo-pierre-montet-en-valencia/
Planta do templo de Amon, Tânis - http://www.fascinioegito.sh06.com/tanis.htm
Sarcofago de prata - http://iovi-optimo.blogspot.pt/2012/05/el-descubrimiento-desapercibido-el.html e http://faraoecompanhia.blogspot.pt/2011/01/psusennes-i-o-farao-do-sarcofago-de.html
Máscara de ouro - http://www.zazzle.pt/mascara_funeraria_de_psusennes
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